Ciberespaço pode ser palco de um novo 11 de setembro

Janet Napolitano, US Homeland Security Secretary, acredita que gravidade dos ataques virtuais pode em breve afetar seriamente serviços críticos, como fornecimento de água, energia e gás, e alerta: “é preciso agir agora”


 Um 11 de setembro virtual está prestes a acontecer. Essa é a previsão da secretária de segurança nacional dos Estados Unidos, Janet Napolitano, que em entrevista a Reuters disse acreditar que uma grande ciberataque pode ocorrer em breve e afetar serviços de infraestrutura crítica como água, gás e eletricidade. “Não podemos ficar esperando até que ocorra um 11/9 no mundo virtual”, alertou Janet, conclamando medidas que garantam a segurança e a proteção dos cidadãos.

Janet não é a primeira representante do governo americano, ou mesmo do governo Obama, a alertar sobre ataques potenciais – o ex-secretário de defesa Leon Panetta também havia soado o alarme, dizendo que o país estava próximo de viver um “cyber-Pearl Harbor”.

Os EUA estão sofrendo ataques de uma grande variedade de inimigos, muitos deles, acredita-se, que sejam originários da China, Irã e outros países interessados em roubar segredos de estado ou prejudicar a nação. A Hewlett Packard divulgou algumas estatísticas sobre a rede de TI da Marinha americana que mostram 110 mil tentativas de ataque por hora. O FBI já estabeleceu um grupo para trabalhar 24/7 na investigação de hackers e ataques a redes.

Outubro passado, a Casa Branca foi alvo de ciberataques oriundos (acredita-se) da China. E o US Government Accountability Office (GAO) relatou que os ataques digitais ao governo federal cresceram dramaticamente nos últimos seis anos – mais de 680%.

Parceria com o setor privado

Janet Napolitano exorta o Congresso a votar a legislação sobre cibersegurança. Ela acredita que assim, o governo pode compartilhar dados com o setor privado e ajudar a prevenir ataques à infraestrutura. Em agosto passado, um projeto de lei para a segurança cibernética foi bloqueado no Congresso depois de enfrentar a oposição da Câmara de Comércio dos EUA em meio a preocupações de que seria “muito oneroso para as empresas.”

Logo em seguida, a administração Obama disse que o presidente estava pensando em implementar uma ordem executiva de compartilhamento de informações entre o setor público e o privado. Leon Panetta disse na época: “não estamos interessados em olhar e-mails, informações em computadores, em violar direitos ou liberdades pessoais. Mas, se houver um código, um worm inserido, precisamos saber”. 

Obviamente, qualquer ação para proteger a nação contra os ciberataques encontrará a oposição de vários grupos devido aos seus custos e preocupações sobre privacidade. Janet Napolitano acredita que independentemente disso o tempo de ação é agora. “Ataques acontecem o tempo inteiro. Eles vêm de diferentes fontes e sob diferentes formas. Mas, estão se tornando mais sofisticados e graves”. 


Livremente traduzido a partir da matéria original de Ken Yeung, do site TNW.

Comentários