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Brasil é campeão no uso de redes sociais no trabalho

Da Redação


O hábito de interagir e espalhar conteúdo via internet está cada vez mais presente na rotina do brasileiro. De acordo com a pesquisa Consumerização de TI, patrocinada pela empresa Unisys, o Brasil está à frente de muitos outros países no que diz respeito ao uso das chamadas redes sociais, tanto para assuntos pessoais como no trabalho. O acesso às populares páginas virtuais, Twitter, Facebook, Orkut e Skype é feito pelo menos uma vez por dia, por 19% dos trabalhadores brasileiros enquanto apenas 7% dos europeus e 3% dos americanos utilizam essas ferramentas.

Segundo o estudo, boa parte dos funcionários brasileiros afirma ter autorização da empresa para acessar sites com conteúdos pessoais. A analista de imagem operacional, Bruna Souza, costuma usar o MSN para falar com amigos e outras pessoas da agência onde trabalha, além de sempre dar uma checada em e-mails pessoais, Twitter e Facebook. "Aqui é liberado o uso, mas o pessoal procura utilizar com bom senso. Se temos muito trabalho acumulado, nem usamos. Dessa maneira não atrapalha o rendimento e é até melhor, já que podemos parar por uns minutos pra dar uma relaxada e esfriar a cabeça do trabalho", explica.

Apesar de cada vez mais comum, muitas empresas ainda temem formalizar a prática. O mal uso das redes sociais pode colocar em risco dados e também a imagem da corporação. Recentemente, um vírus conhecido como "Kneber Botnet" atingiu contas de usuários em populares sites de relacionamento e infectou quase 75 mil máquinas em 2,5mil organizações no mundo.

O consultor forense computacional da empresa TechBiz Forense Digital, Fernando Carbone, afirma que a configuração de privacidade quase sempre passa desapercebida pelos funcionários. "Um exemplo disso é um crime conhecido como Engenharia Social. A pessoa coloca na sua página de relacionamento a empresa onde trabalha, o cargo e avisa o período em que está saindo de férias. O hacker pega os dados e liga para a empresa dizendo que está de férias e precisa gerar uma nova senha porque esqueceu a dele", explica.

Para o presidente da E.Life, empresa líder em gestão de relacionamento em mídias sociais, Alessandro Barbosa Lima, as empresas devem pensar em uma governança corporativa e códigos de conduta para gerenciar a prática.

"O principal problema é que as pessoas esquecem que as redes sociais são ambientes públicos. Não adianta a empresa criar uma lei, o certo é trabalhar com a conscientização e mostrar para o colaborador qual impacto que uma simples frase pode ter na imagem da empresa. A questão é muito mais cultural do que tecnológica, as pessoas devem ter em mente que não se deve levar questões de trabalho a público e pensar muito bem ao expressar uma opinião. A opinião pessoal se torna opinião da empresa nas redes", explica Lima.

Empresas apostam na comunicação online
Para as empresas, as redes sociais se tornaram uma forma de comunicação facilitada com o cliente, que pode fortalecer a marca, levantar novos contatos e até criar produtos por meio da participação de pessoas na rede. De acordo com uma pesquisa do Ibramerc (Instituto Brasileiro de Inteligência de Mercado) 65% das empresas brasileiras apostam nas redes sociais. Das empresas pesquisadas, 46% usam as redes para monitorar o mercado, 45% para acompanhar o comportamento dos clientes e 39% para monitorar a concorrência. (Colaborou Carolina Neves)

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