Google: Brasil no topo dos vetos

País é o que mais pede retirada de conteúdo, diz empresa

Do Jornal O Globo (Caderno de Economia, pg. 29 - 22/09)

O Brasil lidera o ranking de países que mais tiveram conteúdo retirado da internet pelo Google. Apenas no primeiro semestre, 398 solicitações brasileiras desse tipo foram cumpridas. Segundo relatório sobre transparência governamental da gigante de buscas envolvendo 35 países, a maior parte das retiradas no Brasil foi solicitada pela Justiça. E o Orkut foi o principal alvo, com 319 pedidos, 99 judiciais e 220 extrajudiciais. Por diversas vezes o site teve que retirar conteúdo pedófilo da rede.

As retiradas a pedido brasileiro são quase o dobro das feitas por solicitação da Líbia, que aparece em segundo lugar, com 149 pedidos. Estados Unidos e Alemanha aparecem com 128 e 124, respectivamente.

A informação está disponível em uma nova ferramenta do Google, que mostra onde os seus produtos e serviços, como o YouTube, são bloqueados. Segundo a empresa, o objetivo é compartilhar informação sobre seus negócios com governos estrangeiros para promover a liberdade de expressão e de competição na internet em mercados emergentes.

"Acreditamos que esse tipo de transparência pode inibir a censura", disse David Drummond, diretor legal da empresa.

Batizada de "Relatório da Transparência", a ferramenta está disponível em google.com/transparencyreport. E mostra, por exemplo, que o YouTube está bloqueado no Irã desde 12 de junho de 2009, após as eleições presidenciais. Também mostra que, no primeiro semestre, o governo dos EUA pediu informações sobre usuários 4.287 vezes. O do Brasil, 2.435.

"Nós nos preocupamos com isso porque nos importamos com a liberdade de expressão como um valor", disse o porta-voz Niki Fenwick. "Também nos importamos porque é o nosso negócio. Quando nossos serviços são bloqueados ou filtardos, não podemos servir a nossos usuários".

A ferramenta indica ainda o tráfego de usuários na web e explica se a queda se deve a um bloqueio governamental (Com Bloomberg News e agências internacionais).

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